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19 de Abril de 2024
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    Aviso prévio cumprido em casa não tem validade

    há 11 anos

    Empresa determinou que funcionário completasse o período em sua residência, atitude que contraria disposição legal

    De acordo com o entendimento expresso em decisão recente da 4ª Turma do TRT-MG, a determinação da empresa para que o empregado cumpra o aviso prévio em casa contraria expressa disposição legal Por esse fundamento, a Turma negou provimento ao recurso da empresa e desconsiderou o aviso prévio cumprido em casa pelo empregado Foi determinada a concessão de novo aviso prévio, desta vez indenizado, como previsto na norma coletiva da categoria

    Em defesa, a ré apresentou os cartões de ponto pretendendo comprovar o regular comparecimento do empregado ao trabalho durante o aviso prévio Alegou que jamais manipulou o ponto eletrônico, segundo informado pela testemunha do reclamante Já o ex-empregado contou que foi comunicado de sua dispensa sem justa causa em 19 de abril, devendo cumprir o aviso prévio até o dia 21 de maio Mas, no dia 30 de abril, recebeu determinações de que cumprisse o restante do período em casa, com pagamento normal do salário

    Ao analisar os elementos de prova, a relatora, juíza convocada, Taísa Maria Macena de Lima, concluiu que a veracidade dos registros de ponto foi afastada pelos depoimentos das testemunhas indicadas pelo reclamante Elas informaram que ele cumpriu o aviso na obra por uma semana e, depois disso, não mais compareceu à empresa De acordo com um dos depoentes, apesar de o ponto ser biométrico, era possível a alteração manual pelo departamento pessoal, como nos casos de esquecimento, faltas justificadas e atestado Ou quando o funcionário era dispensado e havia necessidade de mandar antecipadamente o ponto para o departamento financeiro Essa mesma testemunha atestou que, durante o aviso prévio do reclamante, foi lançada manualmente a presença dele por uma das empregadas da empresa

    Diante dessas evidências, a magistrada considerou que a reclamante se desincumbiu do seu ônus de demonstrar as irregularidades do cartão de ponto E advertiu: "A atitude empresarial de fraudar, de forma deliberada, os cartões de ponto, é uma afronta ao princípio da boa-fé processual e poderia, inclusive, incidir em multa"

    Assim, a Turma manteve a sentença que descaracterizou o aviso cumprido em casa, conforme determina a cláusula 34º da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, determinando a concessão de novo aviso, de forma indenizada

    0001116-7320125030111 RO

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