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20 de Abril de 2024
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    Trabalhador receberá multa do artigo 477 da CLT após ter justa causa desconstituída em juízo

    há 14 anos

    Um trabalhador cuja dispensa por justa causa foi desconstituída pelo TRT17 (ES), consegue o direito de receber verbas rescisórias e a multa do artigo 477, § 8º da CLT Este é o resultado do julgamento na 1ª Turma do TST, que, ao negar provimento a recurso da empresa, manteve a decisão do Tribunal Regional

    O caso iniciou-se quando a direção da Paranasa Engenharia o demitiu por justa causa, sob a alegação de que ele havia se desentendido com outro colega de trabalho, gerando ofensas verbais entre si Ao analisar o caso, o juiz de primeiro grau (Vara do Trabalho) reconheceu a existência da justa causa, conforme dispõe o artigo 482, J, da CLT, segundo o qual pode ser demitido o empregado que, no serviço, comete contra qualquer pessoa ato lesivo da honra ou da boa fama

    Com isso, o ex-empregado recorreu ao TRT17 (ES), que reformou a sentença e excluiu a justa causa Para o Tribunal Regional, as alegações da empresa sobre os motivos da dispensa foram genéricos, ressaltando que meros desentendimentos verbais não são suficientes para ensejar a dispensa por justa causa Com esses fundamentos, o TRT17 reverteu o ato em dispensa sem justa causa, condenando a empresa ao pagamento das parcelas rescisórias devidas e da multa do artigo 477, § 8º, da CLT

    Diante dessa decisão, a Paranasa Engenharia interpôs recurso de revista ao TST, alegando que as parcelas devidas da dispensa foram quitadas no prazo da lei e que a matéria debatida seria controvertida, uma vez que a justa causa foi afastada no segundo grau de jurisdição

    Ao analisar o caso, o relator do processo, ministro Lelio Bentes Corrêa, concordou com a decisão do TRT, destacando que houve uma mudança da jurisprudência Antes, se propunha o não cabimento da multa artigo 477 quando houvesse fundada controvérsia no fato gerador da obrigação (OJ nº 351 da SDBI-I) Agora, segundo o ministro, com o cancelamento dessa OJ, a existência ou não de controvérsia acerca da relação empregatícia no caso a existência de justa causa é irrelevante para se resolver a questão

    Além disso, acrescentou o magistrado, a alegação de justa causa, não confirmada em juízo, não isenta o empregador do pagamento da multa do artigo 477 O ministro ressaltou que o empregador, no uso do poder potestativo, ao realizar a dispensa argumentando justa causa, assume os riscos da reversão de suas alegações, sobretudo quanto à incidência da multa pela não quitação tempestiva do contrato de emprego (artigo 477, § 8º da CLT), como ocorreu no segundo grau

    Com esses fundamentos, a 1ª Turma, negou provimento ao recurso de revista da empresa e manteve a decisão do TRT17, que reverteu a justa causa e condenou a Paranasa ao pagamento de verbas rescisórias e da multa do artigo 477 Não houve interposição de novo recurso e o processo retornou ao Tribunal Regional de origem (RR-94800-7520015170005)

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